quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Tábua Esmeraldina
Quando se fala de conhecimentos herméticos logo vem à tona o nome de Tábua da Esmeralda. Segundo a Tradição se trata de uma lápide, pedra sepulcral repleta de hieróglifos e símbolos sob a qual jazia intacto o corpo de Hermes Trismegisto. As primeiras palavras gravadas na lápide são: "É Verdade! É certo! É a Verdade toda! - A seguir vem dizendo:" "O que está embaixo é como o que está em cima, e o que está em cima é como o que está em baixo, a fim de que as maravilhas do Uno se realizem. E assim todas as coisas se fizeram do Uno, através de um mediador, assim todas elas nasceram desse único casamento".
Esta é a primeira referência ao "Princípio da Correspondência", um daqueles chamados "Sete Princípios Herméticos". No tocante aos Ensinamentos Herméticos os "Sete Princípios" são apenas os básicos, mas tendo-se um bom entendimento a respeito deles o discípulo, pela meditação e pela análise racional, chega a outros princípios integrantes da natureza das coisas, facilitando a compreensão sobre a Criação.
Não é fácil se chegar a níveis de conhecimentos herméticos sem que se tenha uma idéia sobre os Sete Princípios. Compreendendo-os fica mais fácil se penetrar em outros ensinamentos mais elevados. Todo aquele que estuda e medita sobre os Sete Princípios logo percebe a existência de mais alguns inerentes à natureza da criação, à Natureza Cósmica e que não são mencionados entre os sete, razão pela qual não são diretamente descritos na literatura hermética e nem diretamente ensinados diretamente, pois é o discípulo que cabe descobri-los. Chegar ao entendimento dos Princípios Herméticos que transcendem aos sete clássicos deve ser uma descoberta pessoal e, podemos dizer bem enriquecedora. Descobri-los é algo como receber uma Iniciação de elevado nível, a partir do que um novo e vasto portal é aberto ao "Peregrino da Senda".
Dentre os Princípios não revelados, um deles é de natureza inefável, pois não há forma alguma de ser verbalizado, de ser descrito o que ele precisamente é. Os Princípios Herméticos não revelados podem ser descobertos pelo pensamento, pelo raciocínio, contudo um deles somente é atingível pelo sentir. Segundo algumas Escolas Herméticas sérias, o discípulo quando descobre os Princípios não revelados, preenche o Primeiro Grau Hermético, tendo, então o direito de receber um sinal de identificação. O Princípio Inefável completa os Princípios em que se estabelece toda a Criação. É um Principio dos mais comuns, o que é visto na natureza em maior profusão, na verdade ele não é oculto. O que é inefável não é percebê-lo, mas sim entendê-lo. O Princípio Inefável, aquele que se recebe pelo sentimento, é muito significativo.
As Escolas Herméticas, a que estamos nos referindo dão ênfase aos segredos relativos aos Princípios não revelados. O Mestre pode orientar, conduzir o discípulo ao descobrimento dos demais Princípios, mas não pode lhe revelar e nem descrever. Ai daquele que o fizer, ai daquele que usar de subterfúgios para descobri-los. Reza a Tradição que de forma nenhuma essa pessoa receberá o Princípio Inefável e sem este não há como penetrar nos "Mistérios Maiores". Aquele que recebe o Princípio Inefável pode ser considerado um Iniciado e para ele estarão abertos os portais dos Ensinamentos Secretos de Thot.
O Primeiro Grau da Ordem Sagrada de Thot [1], hoje citada como "Ordem dos Sacerdotes do Olho de Horus" ou V\O\H\ visa levar o discípulo à compreensão dos princípios básicos da natureza do Universo. Quando ele atinge esse nível iniciam-se os ensinamentos sobre a criação propriamente, baseados no Corpus Hermeticum, um dos livros que faz parte da Tábua da Esmeralda.
Na Idade Média, muitos trabalhos sobre o Hermetismo foram escritos, alguns deles baseados em conhecimentos autênticos, e que chegaram até nossos dias através de documentos escritos em grego e em latim. Sem dúvida, muitos deles revelam segredos da natureza e da Criação do mundo. Nesses documentos estão contidos ensinamentos que levam a conhecimentos sobre a própria natureza de Deus.
Sobre a origem Tábua de Esmeralda existem vários mitos sendo, o mais conhecido deles um que já era narrado pelos gnósticos dos primeiros séculos e que deve ser entendido num sentido simbólico. Esse mito diz: "Antes de ser criado a terra, o chefe dos anjos do Altíssimo, antes de se tornar o chefe dos anjos caídos, tinha uma esmeralda na testa localizada na posição do "terceiro olho". Contudo, quando ele rebelou-se contra Deus aquela esmeralda partiu-se em 3 partes. Uma delas partes permaneceu lá, mas como havia se rompido desde então aquele ser deixou de ter visão clara. A jóia rompida passou a dar-lhe uma visão deformada e que é única que lhe resta até hoje".
Um outro pedaço que caiu criou os mundos do Caos, e a meio caminho entre o Céu e o Inferno caiu na terra. O terceiro pedaço caiu no Astral, que os Iniciados costumam denominar de Caos Filosofal, criando o Caos dos Sábios, que para os puros é o céu, o potencial da criação de todas as coisas, e que, para os que têm a visão impura, é o fogo do Inferno, e a Geena.
Diz a Tradição que no terceiro pedaço foi escrito o texto fundamental de todos os ensinamentos herméticos, base de todo esoterismo e ocultismo antigo e que, segundo a Tradição Ocultista Ocidental, foi escrita por Hermes Trismegistus.
Uma parte do texto escrito na Tábua da Esmeralda é conhecida pelo nome de Corpus Hermeticum, também conhecido como Discurso de Iniciação, pois nele constam alguns diálogos iniciatórios entre Hermes e seu "filho" Thath e com Asclépius. O desenvolvimento dos ensinamentos contido no Corpus Hermeticum constitui a base de alguns dos graus iniciais da Ordem Sagrada de Hermes.
O Corpus Hermeticum inicia-se com um diálogo entre Thot e um ser denominado Pimandro (Poimandres). Parte desse diálogo é normalmente ensinada de forma exotérica, contudo nível mais elevado sobre esse diálogo somente tem acesso àqueles que hajam atingido o Primeiro Grau.
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“A Magia é o estudo sério das leis que regem as forças que nos rodeiam e que são postas em ação pelo poder da Vontade; a Magia é a ciência que ativa a potência do verbo e, sobretudo, dirige e concentra o poder do Amor, porque a magia não é branca e nem negra. A cor da Magia está no coração de quem a pratica.”
(Márcia Villas-Bôas)
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