quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Roda do Ano Celta
A concepção de tempo dos pagãos (O termo pagão significa: povo dos bosques), principalmente a dos Celtas era um tanto quanto diferente da atual. O tempo era para eles, não linear, mas circular, cíclico; há também o calendário, que era para eles lunar, enquanto que o nosso é um calendário solar.
Originários da tradição celta, os sabbaths ocorrem oito vezes ao ano, ou seja, duas vezes a cada estação. Nessas ocasiões, são homenageadas duas divindades: a Grande Mãe, ou simplesmente a “Deusa”, que simboliza a própria terra, e o Deus Cornífero, O Gamo Rei, protetor dos animais, dos rebanhos e da vida selvagem.
Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer.
Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia.
O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.
Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza possa se manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir em momentos de intensa união e perfeição.
Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema importância para magias. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear, os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.
Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.
Como podemos ver existem quatro momentos do dia (24h) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem refletida para imagem projetada, temos no ano (365 dias) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses – dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos. Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim nossa roda do ano está formada e em eterna harmonia com o universo.
Obs:Existe pequena variação (horas) desta data anualmente, é sempre em torno de, pois depende-se da hora exata dos solstícios e equinócios.
Trataremos aqui das datas do Hemisfério Sul, onde estamos.
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas.
A cada uma delas deu-se um nome:
Samhain - Início de um Novo Ano - 30 de Abril
Yule - Solstício de Inverno - 21 de Junho
Imbolc - Festa do Fogo (Luz, Sol)– Noite de Brigit - 1º de Agosto
Ostara ou Spring – Equinócio de Primavera - Fertilidade21 de Setembro
Beltane - A Fogueira de Bell - 1º de Novembro
Litha ou Midsummer - Solstício de Verão - 21 de Dezembro
Lughnasadh - Festa da Colheita - 1º de Fevereiro
Mabon - Equinócio de Outono - 21 de Março
OS SABHATS DA RODA DO ANO :
...Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão.
O Deus é o Rei da Morte que guia as Almas perdidas através dos dias escuros de inverno.
Este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto o início de um novo ano.
Momento de Honrar os Ancestrais e Celebrar a Morte para Renascimento.
..Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa.
Assim, o Rei das Sombras transforma-se na Criança da Promessa.
O Filho do Sol, que devera nascer para restaurar a Natureza.
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão.
Nesta época a Deusa dá a luz o Deus, que é reverenciado como CRIANÇA PROMETIDA.
Momento em que a Deusa é Honrada como a Grande Mãe.
...Em Imbolc, a luz cresce,
o Deus renascido em Yule se manifesta com todo o seu vigor,
a Criança da Promessa cresce com vitalidade e é festejada.
Os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança.
Celebra-se a Deusa Brigith, a Deusa do Fogo, das Artes Marciais, da Criatividade, da Poesia, da Metalurgia..
Festival de Candlemas.
...Em Ostara, Luz e Sombras são equilibradas.
A Luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do Inverno.
A Deusa é a virgem e o Deus renascido e jovem e vigoroso.
O amor sagrado da Deusa e do Deus é a promessa do crescimento e da fertilidade.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho.
Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Pedimos a felicidade das criaturas da terra, os alimentos são ovos cozidos e bolos de mel.
..Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus é o Caçador Alado.
Ao ser perseguido pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo.
Em Beltane se comemora esse amor que deu origem a todas as coisas do Universo.
Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Época de fogueiras e Mastro de Fitas .(Origem das Festas Juninas)
Em Litha. Solstício de Verão, a Deusa é a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e vitalidade.
O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao Pais de Verão.
A Deusa é pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão.
O Deus vai em direção à Sombra e deixa sua semente no Ventre da Deusa de onde renascerá.
...Em Lammas, a Deusa dá a luz e o Deus novamente morre pela Deusa.
A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir.
O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce.
No ápice de sua abundância, Ele retorna através Dela.
Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do Ano.
O Deus chega ao ponto máximo de seu poder. Daí inicia-se o declínio da Luz.
... Mabon, O Sabbat do Equinócio do Outono .
Segundo Festival da Colheita
Época de celebrar o término da colheita dos grãos que começou em Lammas.
Também é Momento de agradecer, meditar e fazer introspecção.
O Mito de Perséfone, Ades e Demeter.
Anuncia a chegada da parte mais escura do ano
E a Roda Gira novamente, e sempre , sempre.....
Sagrado Feminino e Sagrado Masculino
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“A Magia é o estudo sério das leis que regem as forças que nos rodeiam e que são postas em ação pelo poder da Vontade; a Magia é a ciência que ativa a potência do verbo e, sobretudo, dirige e concentra o poder do Amor, porque a magia não é branca e nem negra. A cor da Magia está no coração de quem a pratica.”
(Márcia Villas-Bôas)
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